sexta-feira, 25 de abril de 2014

Tá Tudo Dominado

O livre-arbítrio não existe

A ciência comprova: você é escravo do seu cérebro




Você se interessou pelo tema desta reportagem e, por isso, resolveu dar uma lida. Certo? Errado! Muito antes de você tomar essa decisão, a sua mente já havia resolvido tudo sozinha – e sem lhe avisar. Uma experiência feita no Centro Bernstein de Neurociência Computacional, em Berlim, colocou em xeque o que costumamos chamar de livre-arbítrio: a capacidade que o homem tem de tomar decisões por conta própria. As escolhas que fazemos na vida são mesmo nossas. Mas não são conscientes. Voluntários foram colocados em frente a uma tela na qual era exibida uma seqüência aleatória de letras. Eles deveriam escolher uma letra e apertar um botão quando ela aparecesse. Simples, não? Acontece que, monitorando o cérebro dos voluntários via ressonância magnética, os cientistas chegaram a uma descoberta impressionante. Dez segundos antes de os voluntários resolverem apertar o botão, sinais elétricos correspondentes a essa decisão apareciam nos córtices frontopolar e medial, as regiões do cérebro que controlam a tomada de decisões. “Nos casos em que as pessoas podem tomar decisões em seu próprio ritmo e tempo, o cérebro parece decidir antes da consciência”, afirma o cientista John Dylan-Haynes. Isso porque a consciência é apenas uma “parte” do cérebro – e, como a experiência provou, outros processos cerebrais que tomam decisões antes dela. Agora os cientistas querem aumentar a complexidade do teste, para saber se, em situações mais complexas, o cérebro também manda nas pessoas. “Não se sabe em que grau isso se mantém para todos os tipos de escolha e de ação”, diz Haynes. “Ainda temos muito mais pesquisas para fazer.” Se o cérebro deles deixar, é claro.

A pessoa decide

O voluntário precisa tomar uma decisão bem simples: escolher uma letra. Enquanto ele faz isso, seu cérebro é monitorado pelos cientistas
1. Observa a tela...
O voluntário olha para uma seqüência de letras, que vai passando em ordem aleatória numa tela e muda a cada meio segundo.
2. Escolhe uma letra...
Na mesa, existem dois botões: um do lado esquerdo e outro do lado direito. O voluntário deve escolher uma letra – e, quando ela passar na tela, apertar um desses dois botões.
3. E aperta o botão.
Pronto. A experiência terminou. O voluntário diz aos pesquisadores qual foi a letra que escolheu e em que momento tomou a decisão.

Mas o cérebro já resolveu

Bem antes de a pessoa apertar o botão, ele toma as decisões sozinho
10 segundos antes
Os córtices medial e frontopolar, que controlam a tomada de decisões, já estão acesos – isso indica que o cérebro está escolhendo a letra.
5 segundos antes
Os córtices motores, que controlam os movimentos do corpo, estão ativos. Olhando a atividade deles, é possível prever se a pessoa vai apertar o botão direito ou o esquerdo.

E já é possível prever pensamentos

Além de provar que o livre-arbítrio não existe, a neurociência acaba de fazer outro enorme avanço: pesquisadores da Universidade Carnegie Mellon, nos EUA, construíram um computador capaz de ler pensamentos. Ou quase isso. Cada voluntário recebeu uma lista de palavras sobre as quais deveria pensar. Enquanto ele fazia isso, um computador analisava sua atividade cerebral (por meio de um aparelho de ressonância magnética). O software aprendeu a associar os termos aos padrões de atividade cerebral – e, depois de algum tempo, conseguia adivinhar em quais palavras as pessoas estavam pensando. O sistema ainda tem uma grande limitação – ele só consegue ler a mente de uma pessoa se ela estiver totalmente concentrada. O que nem sempre é fácil. “Às vezes, no meio da experiência, o estômago de um voluntário roncava, ele pensava ‘estou com fome’”, e isso embaralhava o computador, conta o cientista americano Tom Mitchell, responsável pelo estudo.

por Texto Salvador Nogueira

<http://super.abril.com.br/saude/livre-arbitrio-nao-existe>, visto em 25, Abril, 2014.

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Avanços da neurologia

O novo mapa do cérebro
A ciência começa a solucionar alguns mistérios que envolvem a caixa-preta humana, comprova a eficácia de terapias hoje consideradas clássicas e traz à tona descobertas que podem mudar o rumo dos tratamentos neurológicos.


É impossível apreciar toda a musicalidade de uma sinfonia como a Nona de Beethoven apenas ouvindo uma de suas notas. Com o cérebro acontece algo semelhante. A compreensão das funções e peculiaridades da massa cinzenta dificilmente será alcançada por meio do estudo de uma única célula nervosa. Dessa forma, os cientistas hoje tentam escutar a fundo o concerto neuronal que ecoa via impulsos elétricos dentro da nossa cabeça.
Por meio de eletrodos e de exames de imagem capazes de visualizar o que acontece no sistema nervoso eles estão conseguindo decifrar e transcrever fragmentos da mente humana e, assim, encontrar meios eficientes para tratar males como a depressão ou o Alzheimer. Um outro estudo, realizado em conjunto por pesquisadores da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, e da Academia Sahlgrenska, na Suécia, reforça a idéia de que as revelações muitas delas inusitadas sobre a massa cinzenta são capazes de mudar o rumo do tratamento de doenças como Parkinson e Alzheimer.
Os especialistas suecos e neozelandeses encontraram uma espécie de fábrica de neurônios no sistema nervoso de adultos, atestando que seu cérebro pode, sim, criar células nervosas novinhas em folha - proeza que, acreditavam antes, só podia ser realizada nos anos de infância. Os pesquisadores chegaram até mesmo a localizar uma das maternidades que abrigam células-tronco capazes de se transformar em neurônios
.

Trata-se da zona subventricular, situada nas paredes dos ventrículos laterais, câmaras entre os hemisférios cerebrais cheias de liquor. Da zona subventricular essas células-tronco migram para o bulbo olfatório, região que processa os odores que sentimos. "Nessa área as células nervosas estão constantemente morrendo. Por isso ela requer substitutas sempre", explica à SAÚDE! Maurice Curtis, um dos autores da pesquisa. O pulo-do-gato era saber como se dava esse processo migratório.

Referência: <http://saude.abril.com.br/>, acesso em 12.04.2014

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Sistema Somatossensorial

   
O sistema somatossensorial leva informações ao sistema nervoso central (SNC) sobre o estado do corpo e de seu contato com o mundo. Isso é feito por meio de diversos receptores sensoriais que fazem a transdução de energias mecânicas (pressão, alongamentos e vibrações) e térmicas em sinais elétricos. Esses sinais elétricos, chamados potenciais geradores, ocorrem nas extremidades distais dos axônios dos neurônios somatossensoriais de primeira ordem e desencadeiam salvas de potenciais de ação que refletem as informações sobre as características do estímulo. O corpo celular desses neurônios fica localizado na raiz dorsal e nos gânglios dos nervos cranianos.
    
     Um caminho somatossensorial normalmente têm três neurônios longos: primário, secundário e terciário. 


  • Primário: tem sempre seu corpo celular do gânglio da raiz dorsal do nervo espinhal (se na cabeça ou no pescoço, sensação será o gânglio do nervo trigêmeo ou os gânglios de outros nervos cranianos sensoriais). 
  • Secundário: tem seu corpo de célula da medula espinhal ou no tronco cerebral. Axônios de ascendente do neurônio, este irão cruzar (filotaxia) para o lado oposto da medula espinhal ou no tronco cerebral. Os axônios de muitos destes neurônios si encerrar no tálamo, outros terminar no sistema reticular ou cerebelo. 
  • Terciário: possui seu corpo celular na VPN do tálamo e termina com o giro post central do lobo parietal.
Processos:

Processo Periferia 

    O processo periféricos das células ganglionares coalescem para a formar os nervos periféricos. Um nervo puramente sensorial terá, apenas, axônios provenientes de gânglios sensoriais; entretanto, nervos mistos, que inervam os músculos, contêm fibras aferentes (sensoriais) e eferentes (motoras). 

Processo Central

     O processo central do axônio entra na medula pela raiz dorsal, ou, no tronco cerebral, por um nervo craniano. Em geral, o processo central dá origem a diversos ramos que podem fazer sinapse com diversos tipos celulares, incluindo os neurônios de segunda ordem das vias somatossensoriais. 

Cérebro 

     O cérebro recebe informações por meio de um feixe nervoso único, enquanto a informação somatossensorial entra no sistema nervoso central por meio das raízes nervosas dorsais e dos nervos cranianos.

 Referência: Livro Berne & Levy Fisiologia; Autores: Bruce M. Koeppen & Bruce A. Stanton